28 agosto, 2010

Eu, fotógrafo

Só estou olhando...






Enfim comprei a minha câmera! Depois de muitas pesquisas, sites na web, blogs de fotografia. Depois de tanto andar pela Santa Ifigênia achei, encontrei a minha tão sonhada câmera. Confesso que durante essa última semana que se passou foi punk, psicológicamente falando. Cheguei a perder o sono por causa dessa história de começar a mexer, de fato, com fotografia.

Hoje tive que ir pra faculdade pra começar mais um maldito projeto. Acabei usando boa parte do tempo pra fotografar algumas coisas do jardim do campus (fotos que você vai encontrar aqui e aqui)

Criticas, xingamentos, sugestões, trabalhos, dinheiro, cartas de amor... mail me!

3 minutos, meu miojo ficou pronto.

17 agosto, 2010

Prof. Moreira

Um senhor de uns 50 anos de idade denunciados pelos quase dominantes cabelos grisalhos. Sotaque paulista com traços de sotaque nordestino. Orador nato. Estatura baixa, tipo Mario Bros. Essa foi a figura que eu conheci numa sexta-feira passada. O meu professor do CFC estava de folga e ele foi designado para cobrir a folga dele. Coitado, ia sair de férias por dois meses exatamente naquela sexta, ia viajar para algum lugar e estava com medo de perder o voo.

19:00. Ele entrou na sala, escreveu o nome em vermelho no canto do quadro e traçou um risco logo abaixo. Sentou-se. Depois de apresentar-se, desenhou um quadrado na lousa e começou a ensinar o trajeto da prova prática do Detran. O linguajar sério confundia-se com os comentários cômicos bem encaixados. Depois do "quadradro" levantou-se e disse: Página 46 - Placas de Regulamentação e Advertência. Dou 5 minutos pra vocês decorarem as placas pois eu vou fazer chamada oral. Passados os cinco minutos olhou pra mim e disse: Jovem, qual o seu nome? - Paulo disse eu, em seguida. - Fala pra mim a placa A-7B? Pensei um pouco, não tinha certeza de qual era: - Intersecção à Direita? - Não, respondeu ele.

Assim foi com o resto da sala. Sempre educado, perguntando o nome e procurando interagir com as pessoas, sem piadinhas infâmes. Calmo como uma águia esperando a presa. Após mais algumas placas, começou a dar a aula de Mecânica. Finalizou a aula bem mais cedo e liberou todo mundo.

Apesar da reclamação conjunta pelo método de ensino dele(aula de mecânica + público predominantemente feminino: faça suas contas) algo me chamou a atenção naquele senhor: Simplicidade. Sim, Paulo, agora como explicar uma pessoa simples? Não sei... estou à alguns dias tentando escrever alguma coisa sobre esse figura que não se vê todos os dias. Aliás, foi o primeiro. Figura semelhante eu devo ter encontrado no Cursinho da Poli ou em algum livro do Dr. Dráuzio Varella, mas não me lembro agora.

"Simplicidade é uma coisa complexa".

Eu sei, eu só o vi naquele dia. Sei lá onde raios aquele cara deve estar! Toda aquela tranquilidade que ele tinha, toda aquela calma. De alguma forma passou algo bom pra mim. Por exemplo, dentre os meus defeitos estão a maldita da ansiedade (que, aliada à cafeína me deixa hiperativo). Nunca parei pra pensar no que eu estava fazendo, só fazia. Mas pelo curto contato com o Professor Moreira, de alguma forma aprendi a ter um pouco mais de calma e paciência pra resolver os meus problemas.

Enxergar seus erros é o primeiro passo para corrigí-los. - Alguém já deve ter dito isso, com outras palavras.

Tem gente que contagia pelo jeito de ser, que contamina o ambiente com coisas boas. Não precisa dar lição de moral e esporro nos outros, nem tratar com indiferenca. Devem existir pessoas assim aos montes. O problema é que exergamos primeiramente os defeitos de uma pessoa que acabamos de conhecer, ao invés de perceber traços que demonstrem como essa pessoa pode fazer bem para você. Somos repulsivos e praticamos a repulsa com os outros por natureza, hábito.

Existem outras coisas em mim que eu ainda não consegui descobrir, outros defeitos meus e outras qualidades dos outros. Por que nem tudo é só VOCÊ. Mas vamos ver quem o acaso coloca na nossa frente e como podemos nos tornar pessoas melhores, para os outros e para nós mesmos.

That's All Folks!

15 agosto, 2010

Um Tempo Atrás

Eu nunca tive muitos amigos. Alguns deles se perderam nas esquinas e contratempos da vida. De fato, não sei o que acotenceu com a Mariana, uma das minhas primeiras amigas de verdade. Conheci ela ainda quando fazia o prézinho na EMEI aqui perto da minha casa. Lembro de algumas poucas coisas que faziamos juntos. Íamos para o recreio juntos, sentávamos bem próximos na sala. Também consigo lembrar de uma excursão que tivemos para um sítio em não-sei-aonde. Já na primeira série, tinha o Willian, um gordinho branquelo, meio nerd, mas que sempre fazia trabalhos comigo. Acho que o único amigo que eu tinha na época (digamos que eu não era muito sociável). Depois de um tempo, veio a galerinha que brincava comigo na hora do recreio (quarta série). Leandro, os três Rafaéis e mais alguns que eu não lembro. Dois desses Rafaéis já não sei mais aonde andam, más linguas dizem que um se envolveu com drogas e outro se perdeu no caminho da marginalidade. No Ensino Médio, já tem um publico mais amplo, mas não mais próximos. Algumas 10 pessoas à mais, mas que mesmo assim mantinhamos amizade só pelo contato na escola, mas não pelo interesse. Quando eu terminei a escola, posso contar algo em torno de 7 pessoas que ainda "andam comigo".

Hoje estava colando algumas fotos e bilhetes de alguns amigos meus no meu guarda roupa e fiquei pensando nessas coisas. Onde será que estão todas essas pessoas? Pessoas que estiveram tão próximas de mim um dia e hoje, bem... sabe se lá onde estão, o que fazem, aonde moram, se estão, vivos. Há um tempo atrás, compartilhávamos conversas das quais nem me lembro mais, brincadeiras das quais eu não dou mais risada quando vejo crianças na rua à brincar das mesmas coisas que, um dia, eu brinquei.

Não, não e não! Não vou dizer que gosto de crianças! Nem a ingênuidade delas me contagia. A unica coisa que eu acho interessante é o interesse delas pelas coisas que acontecem no mundo: Interesse Nenhum! Elas não precisam se importar com essas coisas, com guerra, com paz, com o preço da soja nos mercados estrangeiros. Ainda estão descobrindo todo esse mundo novo.

Não é mais assim. Virou um problema que agora tomou dimensões maiores. Vemos crianças querendo ser "Teens" aos montes, a TV alimenta isso, a música alimenta isso... tudo alimenta isso. Brincar na rua já não é mais coisa de crianças de 12, 13 anos. Na minha rua isso já é coisa do passado. Meninas querem vestir calças apertadas e Soutien para chamar a atenção e meninos já querem dirigir.

Quando eu era criança, passava as manhãs na escola e ficava em casa de tarde pois minha mãe trabalhava e não me deixava sair. À noite então, nem se fale. Só pra acompanhar o meu pai que sempre levava o cachorro pra passear enquanto fumava seus dois cigarros Marlboro. Ficava em casa então, assistindo todos aqueles desenhos que passavam na Cultura, lia algumas coisas nuns livros que meu pai tinha, amontoados no rack da sala e ouvia as músicas da estante de CDs num estéreozão Sony que tinha aqui em casa. Gostava daquilo. Me fez ser quem eu sou hoje, à exemplo dos meus pais.

Minha curiosidade é saber se todas essas pessoas que um dia estiveram presentes no meu cotidiano tiveram uma infância igual a minha, se aproveitaram como eu aproveitei todo aquele tempo livre e sem responsabilidades. Naquela época, não perguntávamos essas coisas: "Ah, o que você gosta de fazer?". Acho que nem interesse em saber eu tinha.

Sim, julgue-me tosco por querer ficar revirando o passado. Sorte a minha ter um passado pra revirar... tanta gente não teve ou quer esquecer o que teve. Too bad!

08 agosto, 2010

Xongas: Carteira de Motorista


Eu estou na alçada da minha Carteira de Motorista. Sinceramente não agüento mais ter que sair e ver o carro da minha mãe mofando na garagem. Me dói saber que eu tenho que pegar Mercedes de 44 lugares todos os dias pra ir pra onde eu quiser, pra trabalhar, pra estudar.
Mas esse drama já já vai acabar. Terminei o CFC nessa sexta-feira e vou agendar a prova teórica na semana que vem. Viva! Mas o caminho até as vias é complicado é cheio de pedregulhos, neblina, cerração e corpos decapitados.
1º Passo: A Auto-Escola
Meu bolso dói até agora. Ô pedacinho de papel caro pra caramba!  Quase 1000 reais pra conseguir pegar aqueles 5 cm de papel que vão te dar a liberdade pra tirar rachas na rua, dar cavalinho de pau na esquina da sua rua, colocar som alto, chamar a atenção do bairro inteiro para andar de carro ou moto por onde você quiser. O discurso nas auto-escolas é sempre o mesmo: “Você paga não sei quantos reais, aí nos vamos estar te encaminhando para fazer o pré-cadastro junto ao Detran e logo após vamos estar te encaminhando para fazer o exame médico e psicotécnico.” Gerúndismo come solto e as taxas “simbólicas” das auto-escolas também. Se você vacilar, levam até o seu futuro carro como pagamento. É um investimento de risco. A Auto-escola nunca tem horários que se adaptam à sua rotina, é você que tem que se virar, cara pálida.
2º Passo: o Pré-Cadastro no Detran
Antigamente havia uma unidade do Detran bem próxima a minha casa, na 23 de maio. Alguma alma do mal teve a brilhante idéia de mover essa unidade para a Zona Norte de São Paulo. O motivo do pré-cadastro é uma incógnita. Alguns dizem que serve para a polícia detectar condutores irregulares (gente que deu entrada na auto-escola e já está dirigindo, mesmo sem carteira) e aplicar muita aos meliantes ou suspender o processo de habilitação, mas até agora esse método não foi implementado. Chegando no Detran, é aquele ambiente pior que sala de espera no médico: todo mundo quieto, tenso. Chega a ser mais tenso que a FUVEST. Os fiscais que vão pegar a documentação não são seres humanos, são ditadores. Acho que por pré-requisito para ser um, além de ter passado no concurso, é: Profissões anteriores: Matador de aluguel, agiota, mercenário ou serial killer, além de possuir boas doses de ignorância e falta de educação. Quando eu fui fazer o meu, expulsaram cinco pessoas da sala por uma delas ter atendido o celular que estava no VibraCall. Imagine se não estivesse! Iam mandar efetuar execução sumária de todos na sala. Passei por essa fase sem nenhum ferimento.
3º Passo: O Exame médico e psicotécnico.
Não sou médico, mas me custa a acreditar que esses exames sejam necessários. Quando você chega no consultório, os médicos pedem para você fazer alguns desenhos e comparações entre figuras. É uma coisa que uma criança de 4 anos faz brincando. Meio sem noção. Nossos queridos amigos de branco dizem que é pra confirmar as habilidades cognitivas da pessoa (pra ver se ela não é retardada, se não é burra, melhor dizendo). Abro um espaço para dizer um palavrão: Po*ra! Se a pessoa teve a capacidade de acordar cedo, tomar banho sozinha, identificar o letreiro de um ônibus e acertar o endereço, é claro que ela não é idiota! Estão subestimando nossa inteligência. O ser humano dá dois passos pra frente e dois e meio para trás! O exame médico é o mais rápido: A médica pergunta: - Você está se sentindo bem? - Sim. -Ótimo! Eu só pergunto por força de hábito, você tá até melhor que eu. Vou sair pra tomar um café, tá aqui ó. Aprovado!
4º Passo: CFC
Talvez seja o passo mais maçante por alguns motivos:
São nove aulas de quatro horas/dia. Quanto à isso, até que é normal. Necessário, melhor dizendo.
Você tem que compartilhar sala com algo em torno de sessenta pessoas, não muito interessantes, meio lerdas no raciocínio (o que prova que o exame psicotécnico é falho) e com tendências a comportamentos insólitos (barraqueiras).A matéria é tão fácil que chega a dar sono mas ainda tem gente que sofre pra aprender. Tipos de perguntas durante a aula:
Aluno 1: Professor, o que é pavimento? (Sem comentários)
Aluno2: Professor, se eu andar sem capacete eu sou multado? (Não, imagina... por que te multariam?)
Aluno3: Professor, quanto que é pra "dar o quebra" no exame (propina para aprovação sem avaliação, mais conhecido como jeitinho brasileiro)
Aluno4: Professor, posso colocar aquelas rodas esportivas e aqueles pneus fininhos no meu carro, cortar as molas, colocar um som monstro, trocar a pintura? (Geralmente quem faz essas perguntas são moleques metidos a Vida Loka que tem sonhos de consumo automotivos, mas que de carro, só tem o que aparece no papel de parede do celular com uma mulher em posições que sugerem comportamentos sexuais, ou o que montaram no Need For Speed pra Playstation, ou nem isso).
E os simulados. Sim, os simulados.Você deve acertar 75% da prova (21 questões) para ser aprovado. Nos simulados, pode-se consultar a apostila. Mesmo assim tem gente que acerta 12, 13... como pode? Tem uma questão como essa: “Para se evitar o superaquecimento do motor, deve-se observar no painel de instrumentos qual dos seguintes itens?” Como um ser marca GPS como alternativa correta?
Enfim... ainda tem mais alguns passos pro final dessa empreitada. Eu ainda nem comecei as aulas no volante. Depois eu termino de contar essa Missão Impossível.
Vão dormir, que eu tô de férias!
That’s all Folks!