31 julho, 2010

Gente que reclama demais

Eu não condeno as leis do Estado. Até que não entende nada de política sabe que, pra manter a ordem entre a população, é necessário criar regras, padrões de comportamento, procedimentos, políticas, legistações... burocracia. Entendam, jovens padawans: a burocracia algumas vezes é necessária.

Um lugar ótimo de se ver isso é na Auto Escola e no curso de formação de condutores (CFC) que ensina iniciantes na direção à não fazer hagadas na via e saberem o que devem e o que não devem fazer no trânsito. Quando eu cheguei pro primeiro dia de aula, algumas pessoas falavam pelo canto da boca: “Nossa, isso aqui é inútil, 9 aulas aqui... que inferno” . Apesar da reclamação por parte de alguns, estudam placas até enjoar. Nada se assemelha ao prazer de dirigir, talvez seja por isso a dedicação dos alunos em acertar as 21 questoes da prova do Detran e não bombar. Se as pessoas se portassem assim na escola, com a família ou em qualquer outro relacionamento inter-pessoal, a história seria bem diferente. Mas é mais conveniente dirigir um carro né, Brasil? Mas isso não vem ao caso, isso é história pra contar depois.

Não estamos aqui sozinhos. Precisamos manter isso aqui (cidade) num estado aceitável, civilizado, organizado. Pra isso são criadas as leis. Eu fico puto (pra caralho) quando alguém me fala que “leis são criadas pra foder com todo mundo” , “Aqui tinha que ter anarquia”, “os FDPs que ficam no poder ficam impondo essas coisas para nós e não temos como não obedecer" (os famosos coitadinhos). Leis não são criadas do nada! Leis são criadas a partir de estudos concretos, análises com fundamentos, critérios, justificativas. É claro que tudo tem sua parte podre, algumas não funcionam. Mas nada é perfeito.

O brasileiro tem o hábito (horrível, por sinal) de reclamar. Por que reclamamos tanto? CFC é importante pois nos ensinam sobre Direção Defensiva, Primeiros Socorros e outras coisas além de Cidadania (que, há tempos, está em falta por aqui). Se tem que fazer, por que reclamar? É a lei! Se existe, tem que ser cumprida. Se todo mundo seguisse as leis de trânsito brasileiras, talvez nem fosse necessário ficar 4 horas/dia numa sala lendo artigos de leis. Falta bom senso nas pessoas. Tantas pessoas já passaram por isso e a mesma história se repete. Não só com o CFC, mas quanto as outras coisas. Parece que nunca tá bom. Arrumamos uma desculpa esfarrapada para vivermos de cara fechada, irritados. Nos irritamos com baboseiras cotidianas como perder um ônibus, esquecer as chaves em casa, celular sem bateria, enquanto mendigos passam fome e frio, crianças são exploradas pelos pais e idosos apodrecem em asilos, sem visita, sozinhos.



Se você se fecha numa bolha e pensa que só o seu mundo importa, tá na hora de rever os seus conceitos

19 julho, 2010

As Escadarias da Vida

Hoje aconteceu uma coisa que chamou minha atenção. Não sei da onde eu tiro essas idéias, mas o acaso, destino ou sei lá: qualquer coisa em que você crê vai saber a hora de agir na sua vida. Meio surreal demais pra entender, as vezes nem eu entendo eu mesmo.

Mas o que me aconteceu foi o seguinte: Eu estava voltando do trabalho pra casa. Num trecho do percurso eu tenho que descer alguns lances de escadas. Quando eu comecei a descer, olhei pra frente e vi um senhor de idade descendo a escada degrau a degrau, lento, pensativo. Eu passei por ele pulando de dois em dois degraus, apressado pra chegar logo em casa depois de um dia exaustivo no trabalho.

Quando eu cheguei ao fim da escada, parei um pouco e pensei em mim daqui à uns quarenta, cinqüenta anos. Será que eu vou ficar igual a esse senhor quando eu for mais velho. Será que eu vou chegar nessa idade e ter aproveitado tudo que a vida me ofereceu? Ter feito tudo o que eu quis fazer? Ter vivido todos os amores possíveis? Ter encarado todas as decepções que são necessárias pra um homem se tornar, de fato, um homem de verdade?

Agora, aos meus dezenove anos, eu sou ativo, alegre, esperto, disposto... cheio de vida. Essas coisas que todos nos, jovens, somos e temos quando chegamos nessa idade. Mas e mais pra frente, aos trinta, aos quarenta, aos cinqüenta anos?

Eu conheci algumas pessoas que diziam que é preciso viver o hoje. De fato eu concordo, mas eu não consigo não deixar de me preocupar com essas coisas, no futuro próximo, no futuro distante, no final.

Por isso, eu penso que se alguma coisa depende só de você para acontecer, faça logo! Mudar suas rotinas, suas amizades, seus amores, seus princípios. Abandonar o comodismo, a preguiça, o medo de tentar, de dar uma chance. Qualquer coisa que faça você se sentir melhor, ou qualquer coisa que você nunca tenha feito ou tentado fazer.

Não vire refém do destino. Não deixe pra pensar nessas coisas quando você ficar velho. Quando chegar aquela época em que você vai dizer “é, estou velho demais pra isso” E tenha certeza: Essa hora chega mais rápido do que você pode imaginar. Não deixe pra pensar em tudo o que você quer fazer, nas pessoas que você quer conhecer, nas experiências que você quer vivenciar quando você já não conseguir mais descer vinte degraus de uma escada em menos de vinte segundos.

18 julho, 2010

Xongas: Dia de Chuva

Não tenha dúvida: Se o sol não bater na janela do teu quarto quando você acordar, vai dar merda no seu dia. Chuva + frio + cidade grande  = dia de cão. É uma equação do capeta! Por quê? Por quê TUDO tem que parar se uma gota de água cai do céu?  Qualquer nuvenzinha mais escura no céu já pode ser o prenúncio do Armageddon urbano.
Essa semana, sexta-feira mais precisamente, o sol não bateu na janela do meu quarto. Acordei e abri a janela. Era o inferno cinza. Garoava e fazia um frio miserável. Pra piorar, ainda acordei meio atrasado (1 minuto, mas já deu pra perder o ônibus das 9:05, pontual como o sol que resolveu não aparecer naquele dia). Levantei ainda meio sonolento e procurando uns dos meus chinelos que eu nunca acho, tomei meu café santo de cada dia e tomei banho encolhido embaixo da água do chuveiro.
O meu chuveiro ou é demasiadamente quente ou extremamente frio. Não tem meio termo. Dá pra selecionar quatro posições: Ártico, Sul do Brasil, Nordeste e Inferno.
Troquei de roupa torcendo pra que a minha mãe tivesse acordado de bom humor e me levasse até o ponto de carro. Doce Ilusão. Fui a pé né. Cheguei no ponto e encontrei as mesmas pessoas de sempre (sinal de que não era só eu que estava atrasado). Depois de uns 5 minutos lá vem ele: 6031 – Term. Grajaú. E mais pessoas “conhecidas” a bordo do coletivo. Uma coisa que eu sempre achei estranho é o fato dessas pessoas se verem todos os dias e nunca se falarem. É como se fosse pecado querer saber alguma coisa sobre a vida da pessoa que senta do seu lado no ônibus todos os dias. E quanto chove aí é que elas não querem saber mesmo, as pessoas chegam a ser até mal educadas.
Cheguei ao terminal, subi correndo as escadarias pra pegar o trem que estacionava na estação ao lado do terminal. Uma estação de trem ou de metro é um lugar mais frio do que  qualquer outro lugar na cidade. Acho que é porque bate mais vento, sei lá! O problema é que a estação é muito fria e quando você entra no trem em um dia frio o ar condicionado está desligado. Choque térmico. Outro problema em dias de frio é o ar dentro dos vagões: pensa em umas 100 pessoas respirando o mesmo ar e que esse ar só sai do trem quando ele abre as portas na outra estação. Se alguém espirrar, tossir ou respirar mais forte do seu lado prenda a respiração, coloque a mão ou a blusa no rosto ou mate o infeliz que não leva um lenço no bolso e espere pelos 38 graus de febre ou por acessos mucosos de tosse tuberculosa.
Quando eu chego na estação final do meu percurso, lá vem o choque térmico de novo dessa vez do quente-abafado para o frio congelante. Na saída da estação você pode ver todo o púbico feminino abrindo guarda-chuva, mesmo que não esteja chovendo, se estiver aquele friozinho “Ops, minha chapinha” e o guarda-chuva armando (o cabelo também arma depois, sempre arma). Saindo da estação eu ainda tenho que andar uns 10 minutos pra chegar na empresa. É de praxe. Sempre está chovendo e eu nunca levo um guarda-chuva. Solução: Sair correndo de roupa social, todo engomadinho, desviando das poças d’água como ninja e aproveitando todos os toldos e coberturas pra tentar pegar menos chuva (que falta me faz uma carteira de motorista).
Quando consigo chegar inteiro, entro na sala onde trabalho, sento na cadeira e ligo o meu PC. Lá o ar condicionado funciona, e muito bem. Faz mais frio dentro da sala do que na rua ou no Data Center (lugar onde ficam os servidores, para os leigos). Ar condicionado é uma prova de que a democracia falha em alguns pontos. Se está bom pra mim, não está bom pra você. Se está bom pra nós, não está bom pra tia chata que trabalha no departamento ao lado (espero que ninguém da empresa leia o meu blog).
Eu nem saio pra almoçar pra não pegar mais chuva. E quando saio, sempre chove na saída do restaurante.  
Depois de 6 horas de trabalho e 15 minutos de almoço, vou pra casa. Saindo da empresa: Chuva! (E ainda tem gente que fala que a água vai acabar) faço o caminho inverso pra estação. Entrando no trem, outra vez o choque térmico, mas dessa vez você tem que compartilhar ar com 200 pessoas.
Nesse dia em especial, quando faltava UMA estação pro meu destino final, alguma coisa explode nos condutores elétricos que ficam fora do trem, bem acima do meu vagão (nosso, do mundo inteiro nesse caso). O trem teve força pra chegar na estação antes da minha. Fiquei meia hora parado dentro do trem. Quando finalmente as coisas parecem se normalizar, alguém aperta aquele botão de emergência querendo sair do trem. Depois de um tempo só escuto a maquinista: “Por defeitos elétricos e por uso indevido dos equipamentos do trem, esta composição não prestara mais serviço”. Aquela leva de gente saí do trem e passa pro outro lado da plataforma. E o trem quebrado paralisava um dos trilhos da estação. Ao ver aquelas almas esperançosas esperando um trem já cheio chegar e vendo que nenhum trem passava, nem indo e nem voltando, saí da estação e fui pro ponto de ônibus. Mesma situação. Decidi então ir pra outro ponto e pegar algum ônibus sentido centro e contornar o transito pra tentar chegar em casa antes das 20:00 (detalhe: eu saio as 16:00 e já eram 19:15).  Consegui, mas dei o azar de pegar uma chuva insana no caminho pra casa. Cheguei em casa parecendo um cachorro molhado e ainda tive coragem pra fazer aquele caminho de 20 minutos à pé pra academia. Pelo menos peguei só uma garoa fina na volta, menos mal.
Você deve estar pensando: “Você poderia resolver parte do seus problemas se comprar um guarda-chuva” Tá no inferno, abraça o capeta! Eu não gosto de usar guarda-chuva, minha mochila é enorme e às vezes eu preciso das duas mãos pra trocar a música no iPod. Não deixo meu iPod em casa. Não deixo, não deixo! Você, mulher, sai de casa sem maquiagem? É a mesma lógica...
That’s all Folks. E espero que não chova na segunda-feira.

14 julho, 2010

Xongas: Academias

Num universo perfeito, todas as pessoas teriam corpos e mentes desenvolvidos, perfeitos, simétricos. Sentiriam atração mútua, não pela necessidade de fatores externos e bens materiais, mas pela química cerebral que, naturalmente, estimula a produção de hormônios e feromônios de ambos os sexos, causando o que chamamos de “amor”.

Platão viajava né?

Academias de qualquer espécie, para homens, para mulheres, para ambos os sexos e para nenhum dos sexos são lugares aonde as pessoas vão para exercitar o corpo, fugir do sedentarismo, fazer musculação, aeróbica, pilates, yoga, dançar, enfim... Tantas coisas que não dá pra ficar rotulando.

Mas o que é complicado é o público freqüentador assíduo desses lugares: São os marombados viciados em aminoácidos e açaí e as patricinhas desocupadas.

Vamos por partes.

Os marombados viciados em aminoácidos e açaí são caras que vivem em função da academia, acham que são os pegadores por causa do físico desenvolvido e se acham os lindos e maravilhosos, sonhos de consumo de qualquer mulher. Mas, provavelmente, são caras que eram muito magros, burros, sem talento pra coisa alguma e com baixa auto-estima. Entraram na academia num momento de grave indecisão existencial e precisavam de alguma coisa para afirmar sua masculinidade: O culto ao corpo talvez tenha sido a decisão mais tangível. Esse espécime não sabe fazer outra coisa além de puxar ferro e, com o tempo, sua altura e sanidade mental são prejudicadas devido ao excesso de peso carregado numa tentativa frustrada de demonstrar atitudes de um macho-alfa. Não importa o horário em que você vá à academia, de manhã, de tarde, à noite, de madrugada, sempre haverá um espécime deste tipo treinando. Eu acredito que alguns deles dormem na academia, pois nunca se vê nenhum deles em outros ambientes (baladas, bares, festas). Acredito que eles fazem esses tipos de coisa na academia, durante uma série e outra de supino. São conhecedores natos de suplementos, bombas, dão dicas de treino para membros da mesma espécie só que menos desenvolvidos (fisicamente falando) e debocham de outras pessoas que não tem o físico igual ao deles.

Já as patricinhas desocupadas são mulheres que não trabalham, não estudam e vão para a academia só para chamar a atenção dos marombados viciados em aminoácidos e açaí. Por não terem vida social e por serem reconhecidas por todos os “amigos” e conhecidos como marias-gasolina, marias-chuteiras, outros tipos de marias e outros nomes de baixo calão, entram na academia para exercer sua “atividade” num ambiente mais reservado, com um público restrito, onde possam ter sua imagem (ou o que sobrou dela) menos denegrida (marias-halteres). Para localizar estes elementos numa academia, é só olhar para a parte da academia onde se treinam os glúteos (que, por coincidência, fica perto da área de treino com halteres, habitat natural dos marombados).

Não tentem argumentar nada com essas duas espécies. Só sabem coisas relativas à academia, da vida alheia e tem alguma noção de anatomia.

Uma coisa que é estranha nas academias é o revezamento: Dois animais “competindo” pra ver quem pega mais peso e quem deve ser, com méritos, considerado mais masculino que o outro(não to generalizando, pelo amor de Deus, não me entendam errado!). Você tá lá, fazendo o seu exercício com 5 quilos, de repente aparece um Uber do filme “300” e pergunta: “Posso revezar com você, brother?”. “Ah , claro!”. Tem gente que levanta tanto peso que, quando o peso toca o aparelho ao fim do exercício, treme o chão da academia inteira e faz aquele “PÁ” que ecoa na academia inteira. Acho que esse deve ser o som da “masculinidade” se propagando.
















Vai revezar comigo, não vai?


Pior é quando você tem que revezar com mais de uma pessoa. É quase como ter que revezar lugar num restaurante (único exemplo lógico que eu pensei a essa altura da noite). Pior ainda são as pessoas que não pedem pra revezar. “Opa, to chegando, não tinha ninguém quando eu cheguei, vi primeiro.” Isso só pode ser sacanagem!
Outra coisa que não faz o mínimo sentido: Homens que vão pra academia e só treinam a parte superior e mulheres que só treinam a parte inferior do corpo. Fazem o estilo físico “coxinha” (como diz um amigo meu). É só reparar por outros ângulos: A parte que ele(a) treina mais, cresce desproporcionalmente em relação a outras partes do corpo. Ridículo. Até uma criança de 10 anos sabe que isso tá errado (já vi algumas treinando).

E os novatos. Ah, pobre raça infeliz. Entram na academia na esperança de se tornar um dos elementos descritos acima. Com o ego em ascensão e quando o instrutor não está vendo, pegam o primeiro aparelho que veem pela frente e começam a fazer os exercícios de uma forma completamente non-sense. Quase vi um pirralho levantando vôo enquanto fazia halteres alternados (“Pega dois pesinhos, senta lá e começa a levantar um de cada vez” como diz o instrutor). Quase vi gente se enforcando no supino ("pega uma barra, poe cinco quilos de cada lado, coloca naquele suporte, deita lá e trabalha a barra até o peito", como diz o instrutor... ah, trabalho fácil!). Ontem mesmo salvei um condenado da morte que fraquejou no meio da série de supino e deixou a mão esquerda vacilar. Ia ser um degolamento lindo, lindo, lindo! “Ah, esqueci de contar as repetições e me perdi” Esqueceu que é o braço direito é mais forte que o esquerdo. Puberdade...

É um clichê. A síndrome do corpo perfeito. A sociedade impõe que seu corpo seja definido, que você seja magro e saudável. Você precisa ter isso pra “ser aceito”. A única coisa que me motiva a ir pra academia de segunda a sábado é saber que, se eu virar sedentário, vou ter um infarto daqui a uns dois anos (digamos que eu não me alimente muito bem e não queira seguir o exemplo do meu pai, hipertenso). Mas existem outras coisas que me desmotivam: Aqui onde eu moro a academia mais próxima fica a 20 minutos da minha casa, à pé. Ô inferno. O meu treino deveria ser ir pra academia e voltar pra casa. Mas tudo bem... “Seu coração agradece, agora volta pra casa, champs!”

That’s all Folks!

13 julho, 2010

Significado. Sentido. Senso



Vivemos frenéticamente, insanamente. Eu, de vez em quando, não tenho tempo nem pra mim. Eu queria ficar escrevendo aqui o dia inteiro, escutando Jack Johnson. A gente acaba esquecendo de tudo, mas não de tudo que nos é obrigado a saber, mas de tudo que nós deveríamos lembrar: Família, amigos, viagens, sonhos pessoais, realizações ainda não concretizadas, amores novos ou antigos.  No ritmo que as coisas andam, se você parar pra pensar, mas parar pra pensar mesmo, uma pergunta vai surgir na sua mente:
Aonde tudo isso vai me levar?
Esse mito, história indecifrável, toca os sentidos e nos coloca em xeque. Onde vamos estar daqui a 10, 20 anos. Daqui a 10 segundos. Quantas vezes vamos mudar de opinião durante todo esse tempo. Eu, particularmente, acho que essa é a graça da vida: Não saber pra onde estamos indo. É como dirigir um carro por uma rodovia cheia de entradas e saídas. Entramos em algumas delas, saímos em outras, com outras perspectivas, outras visões do mundo, outras visões de nós mesmos. Prova: Repare no jeito em que você acorda e, mais tarde, repare como você esta indo dormir. O mundo nos muda, como já dizia Raul, somos metamorfoses ambulantes. Nos adaptamos as coisas. Os homens das cavernas se adaptaram ao frio da Era Glacial. Seleção natural. Ainda funciona conosco, a única diferença é que inventaram a tecnologia.
Aprendemos a superar nossos medos, aprendemos a superar expectativas, a confiar em nós mesmos, a suportar irritações, a conviver com o stress, a amar, a perdoar. Porém todas essas coisas não respondem a nossa pergunta inicial. Filósofos, cientistas e antropólogos já construíram teorias. Religiões argumentam sobre várias possibilidades. A cada dia aparecem mais e mais teorias, especulações. Em quem acreditar?
Mais do que acreditar em alguma coisa, a importância de tudo isso não é o amanhã. As mudanças que acontecem no nosso dia-a-dia, tudo o que aprendemos, tudo o que superamos, tudo o que sabemos nos faz evoluir. Sentimos-nos recompensados quando completamos algum trabalho importante, quando criamos coragem de fazer algo que, antes, tínhamos medo. Sentimos-nos  renovados quando fazemos alguma coisa completamente insana, sem nexo, fora do comum.
Isso tudo nos faz pessoas melhores, alimenta o lado bom do nosso ego. Crescemos. Nosso pensamento evolui.
Qual foi a ultima coisa que proporcionou isso pra você?

07 julho, 2010

Xongas: São Paulo

Pode falar o que quiser do Governo, do Estado, do País... se você prestar atenção (acho que nem precisa prestar atenção) no movimento das ruas de São Paulo numa "bela" tarde ensolarada de quarta-feira você vai perceber qual é o problema dessa cidade: A quantidade de pessoas que moram aqui. Como que as pessoas querem morar num bom lugar, com igualdade social e esse moralismo e baboseira toda* sendo que aqui nessa megalópole mora tanta gente que até parece um município da Índia (sem os surtos de Cólera)?

É como querer dividir uma pizza pra 5 amigos... sacanagem!


Mas não é só isso que me irrita. Acho que uma das reclamações clássicas de quem mora na Terra da Garoa é o Transporte Coletivo (consegue fazer a analogia da Pizza? Dividir espaço para 70, para 170). O pior dos problemas não é a quantidade, é a qualidade. Eu confesso que queria entender o que se passa na cabeça da pessoa que entra no ônibus, trem ou metrô e acha legal colocar toda a playlist do celular pra tocar, em alto e "bom" som, pra todo mundo ouvir. Pior são aqueles que tem a decencia de comprar um fone de ouvido, mas de tanto ouvir, já ficou surdo, sendo assim, tem que ouvir no talo... dá pra escutar do fundo do ônibus e pra ele ainda tá baixo! No mínimo a pessoa deve pensar: "Meu gosto musical é ótimo, vou compartilhá-lo com o resto do pessoal. oooooooww Escuta aí Brother, chega ae, chega ae!" Eu não me vejo entrando num ônibus com celular no pescoço e AC/DC saindo do auto-falante... no mínimo alguém ia me espancar por tentar mudar o estilo musical e "inovar" nesse mercado.


Também queria entender, juro que queria entender aquelas pessoas, principalmente aquelas mulheres mais velhas (apelidadas "carinhosamente" por um amigo meu de Tiazinhas) que entram nos coletivos com as compras do mês na mão. Não tem lógica sair da casa do c****** pra fazer compras em supermercados como o Extra e Carrefour se você tem um mercado perto da sua casa. P**** meu, qual a diferença entre a lasanha congelada que você compra num Carrefour que fica a 50 anos-luz da sua casa e a que você compra no mercadinho da esquina? Acho que eu sei: a do Carrefour, com o calor humano dentro do transporte coletivo, já chega em casa pronta! Ô Raios!

Esses dias eu estava voltando de um dia de trabalho numa lotação, quando ela parou num ponto e uma moça entrou com uma sacola tamanho king-size das Casas Bahia: Eu desci do ônibus... sacanagem!

Semana passada eu me empenhei uma missão difícil, quase impossível: Tirar uma segunda-via de RG. Descendo a rua do PoupaTempo de Santo Amaro, cruzando a Barão de Rio Branco, uns 50 metros mais ou menos, aparecem de não sei aonde, umas 5 milhões de pessoas querendo que você tire foto pra documento com elas. Urubú na carniça. São aqueles anunciantes vestidos com uma espécie de macacão onde são grudadas as promoções (eu pensei que essa moda já tinha acabado). Só que tem um detalhe: as fotos que eles anunciam são 2x2... [pausa pra respirar fundo e controlar a vontade de tomar mais um Prozac]. O que raios eu quero fazer com uma foto 2x2? Só se ela vier com anti-mofo pra colocar na carteira! Ou para o público feminino, dá pra usar naquele estilo de pintura de unhas, a francesinha.

Trabalhar no PoupaTempo ou em qualquer repartição pública é subumano. Você vai perguntar alguma coisa pra um atendente e ele faz aquela cara de "Como posso lhe ser INútil?". Lá eles tem um esquema para guiar as pessoas para os determinados departamentos que elas querem ir por faixas coloridas estampadas no chão. "Siga a faixa marrom para: Correios, TSE", "Siga a faixa azul para: Identificação, CNH, Certidões e etc." Deveriam criar uma faixa preta escrito: "Siga a faixa preta para: Mortos pelo cansaço, pela espera, pela fila, pela senha que nunca chega..." Após pagar os R$ 27,94 da segunda via do RG tive que esperar na fila pra pegar uma senha... é a espera da espera... Ê Brasil! Após uma hora e meia de espera, peguei a senha: N9224 - Painel 1. Chegando ao final da faixa azul me deparei com um mar de gente. Por um minuto pensei: "Aqui deve ter alguma coisa de graça". Entre as pessoas que foram chamadas e voltaram, as que deixaram a senha passar e as que não sabiam ler, chamaram a minha senha. A moça que colheu as minhas digitais sorria e dava risada. Também, com a quantidade de palhaços reunidos num mesmo lugar e um pior ainda na frente dela... eu também daria muita risada. "Vem buscar a Cédula nova amanha após as 18:00"

Cheguei ao PoupaTempo, no dia seguinte, 5 minutos mais cedo. Ainda não tinham emitido. Me fizeram pegar outra senha, esperar mais uma hora, só pra me dizer que houve "conflito nas digitais" e que eu ia poder retirar a Cédula nova no outro dia em qualquer horário. P**** meu, eu não troquei de mão nem enfiei ela em nenhuma panela de àgua fervente! Fui embora frustrado e um pouco nauseado.


No outro dia, consegui finalmente pegar a maldita segunda via do meu RG... vou guardar com carinho, pra ficar como medalha de guerra, honra ao mérito sabe...


Amanhã eu tenho que ir no Detran. Vou ter mais história pra contar!

That's All Folks!


*Antes que você me crucifique, me critique e me aponte como destruidor da moral ética e cívica, deixo minha opinião: Cada pessoa tem idéias e sabe o que pode fazer pra morar num lugar melhor, o que acontece é a colisão de idéias, de ideais. 510 anos se passaram e ainda há desentendimentos por aqui.