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17 agosto, 2010

Prof. Moreira

Um senhor de uns 50 anos de idade denunciados pelos quase dominantes cabelos grisalhos. Sotaque paulista com traços de sotaque nordestino. Orador nato. Estatura baixa, tipo Mario Bros. Essa foi a figura que eu conheci numa sexta-feira passada. O meu professor do CFC estava de folga e ele foi designado para cobrir a folga dele. Coitado, ia sair de férias por dois meses exatamente naquela sexta, ia viajar para algum lugar e estava com medo de perder o voo.

19:00. Ele entrou na sala, escreveu o nome em vermelho no canto do quadro e traçou um risco logo abaixo. Sentou-se. Depois de apresentar-se, desenhou um quadrado na lousa e começou a ensinar o trajeto da prova prática do Detran. O linguajar sério confundia-se com os comentários cômicos bem encaixados. Depois do "quadradro" levantou-se e disse: Página 46 - Placas de Regulamentação e Advertência. Dou 5 minutos pra vocês decorarem as placas pois eu vou fazer chamada oral. Passados os cinco minutos olhou pra mim e disse: Jovem, qual o seu nome? - Paulo disse eu, em seguida. - Fala pra mim a placa A-7B? Pensei um pouco, não tinha certeza de qual era: - Intersecção à Direita? - Não, respondeu ele.

Assim foi com o resto da sala. Sempre educado, perguntando o nome e procurando interagir com as pessoas, sem piadinhas infâmes. Calmo como uma águia esperando a presa. Após mais algumas placas, começou a dar a aula de Mecânica. Finalizou a aula bem mais cedo e liberou todo mundo.

Apesar da reclamação conjunta pelo método de ensino dele(aula de mecânica + público predominantemente feminino: faça suas contas) algo me chamou a atenção naquele senhor: Simplicidade. Sim, Paulo, agora como explicar uma pessoa simples? Não sei... estou à alguns dias tentando escrever alguma coisa sobre esse figura que não se vê todos os dias. Aliás, foi o primeiro. Figura semelhante eu devo ter encontrado no Cursinho da Poli ou em algum livro do Dr. Dráuzio Varella, mas não me lembro agora.

"Simplicidade é uma coisa complexa".

Eu sei, eu só o vi naquele dia. Sei lá onde raios aquele cara deve estar! Toda aquela tranquilidade que ele tinha, toda aquela calma. De alguma forma passou algo bom pra mim. Por exemplo, dentre os meus defeitos estão a maldita da ansiedade (que, aliada à cafeína me deixa hiperativo). Nunca parei pra pensar no que eu estava fazendo, só fazia. Mas pelo curto contato com o Professor Moreira, de alguma forma aprendi a ter um pouco mais de calma e paciência pra resolver os meus problemas.

Enxergar seus erros é o primeiro passo para corrigí-los. - Alguém já deve ter dito isso, com outras palavras.

Tem gente que contagia pelo jeito de ser, que contamina o ambiente com coisas boas. Não precisa dar lição de moral e esporro nos outros, nem tratar com indiferenca. Devem existir pessoas assim aos montes. O problema é que exergamos primeiramente os defeitos de uma pessoa que acabamos de conhecer, ao invés de perceber traços que demonstrem como essa pessoa pode fazer bem para você. Somos repulsivos e praticamos a repulsa com os outros por natureza, hábito.

Existem outras coisas em mim que eu ainda não consegui descobrir, outros defeitos meus e outras qualidades dos outros. Por que nem tudo é só VOCÊ. Mas vamos ver quem o acaso coloca na nossa frente e como podemos nos tornar pessoas melhores, para os outros e para nós mesmos.

That's All Folks!

15 agosto, 2010

Um Tempo Atrás

Eu nunca tive muitos amigos. Alguns deles se perderam nas esquinas e contratempos da vida. De fato, não sei o que acotenceu com a Mariana, uma das minhas primeiras amigas de verdade. Conheci ela ainda quando fazia o prézinho na EMEI aqui perto da minha casa. Lembro de algumas poucas coisas que faziamos juntos. Íamos para o recreio juntos, sentávamos bem próximos na sala. Também consigo lembrar de uma excursão que tivemos para um sítio em não-sei-aonde. Já na primeira série, tinha o Willian, um gordinho branquelo, meio nerd, mas que sempre fazia trabalhos comigo. Acho que o único amigo que eu tinha na época (digamos que eu não era muito sociável). Depois de um tempo, veio a galerinha que brincava comigo na hora do recreio (quarta série). Leandro, os três Rafaéis e mais alguns que eu não lembro. Dois desses Rafaéis já não sei mais aonde andam, más linguas dizem que um se envolveu com drogas e outro se perdeu no caminho da marginalidade. No Ensino Médio, já tem um publico mais amplo, mas não mais próximos. Algumas 10 pessoas à mais, mas que mesmo assim mantinhamos amizade só pelo contato na escola, mas não pelo interesse. Quando eu terminei a escola, posso contar algo em torno de 7 pessoas que ainda "andam comigo".

Hoje estava colando algumas fotos e bilhetes de alguns amigos meus no meu guarda roupa e fiquei pensando nessas coisas. Onde será que estão todas essas pessoas? Pessoas que estiveram tão próximas de mim um dia e hoje, bem... sabe se lá onde estão, o que fazem, aonde moram, se estão, vivos. Há um tempo atrás, compartilhávamos conversas das quais nem me lembro mais, brincadeiras das quais eu não dou mais risada quando vejo crianças na rua à brincar das mesmas coisas que, um dia, eu brinquei.

Não, não e não! Não vou dizer que gosto de crianças! Nem a ingênuidade delas me contagia. A unica coisa que eu acho interessante é o interesse delas pelas coisas que acontecem no mundo: Interesse Nenhum! Elas não precisam se importar com essas coisas, com guerra, com paz, com o preço da soja nos mercados estrangeiros. Ainda estão descobrindo todo esse mundo novo.

Não é mais assim. Virou um problema que agora tomou dimensões maiores. Vemos crianças querendo ser "Teens" aos montes, a TV alimenta isso, a música alimenta isso... tudo alimenta isso. Brincar na rua já não é mais coisa de crianças de 12, 13 anos. Na minha rua isso já é coisa do passado. Meninas querem vestir calças apertadas e Soutien para chamar a atenção e meninos já querem dirigir.

Quando eu era criança, passava as manhãs na escola e ficava em casa de tarde pois minha mãe trabalhava e não me deixava sair. À noite então, nem se fale. Só pra acompanhar o meu pai que sempre levava o cachorro pra passear enquanto fumava seus dois cigarros Marlboro. Ficava em casa então, assistindo todos aqueles desenhos que passavam na Cultura, lia algumas coisas nuns livros que meu pai tinha, amontoados no rack da sala e ouvia as músicas da estante de CDs num estéreozão Sony que tinha aqui em casa. Gostava daquilo. Me fez ser quem eu sou hoje, à exemplo dos meus pais.

Minha curiosidade é saber se todas essas pessoas que um dia estiveram presentes no meu cotidiano tiveram uma infância igual a minha, se aproveitaram como eu aproveitei todo aquele tempo livre e sem responsabilidades. Naquela época, não perguntávamos essas coisas: "Ah, o que você gosta de fazer?". Acho que nem interesse em saber eu tinha.

Sim, julgue-me tosco por querer ficar revirando o passado. Sorte a minha ter um passado pra revirar... tanta gente não teve ou quer esquecer o que teve. Too bad!

31 julho, 2010

Gente que reclama demais

Eu não condeno as leis do Estado. Até que não entende nada de política sabe que, pra manter a ordem entre a população, é necessário criar regras, padrões de comportamento, procedimentos, políticas, legistações... burocracia. Entendam, jovens padawans: a burocracia algumas vezes é necessária.

Um lugar ótimo de se ver isso é na Auto Escola e no curso de formação de condutores (CFC) que ensina iniciantes na direção à não fazer hagadas na via e saberem o que devem e o que não devem fazer no trânsito. Quando eu cheguei pro primeiro dia de aula, algumas pessoas falavam pelo canto da boca: “Nossa, isso aqui é inútil, 9 aulas aqui... que inferno” . Apesar da reclamação por parte de alguns, estudam placas até enjoar. Nada se assemelha ao prazer de dirigir, talvez seja por isso a dedicação dos alunos em acertar as 21 questoes da prova do Detran e não bombar. Se as pessoas se portassem assim na escola, com a família ou em qualquer outro relacionamento inter-pessoal, a história seria bem diferente. Mas é mais conveniente dirigir um carro né, Brasil? Mas isso não vem ao caso, isso é história pra contar depois.

Não estamos aqui sozinhos. Precisamos manter isso aqui (cidade) num estado aceitável, civilizado, organizado. Pra isso são criadas as leis. Eu fico puto (pra caralho) quando alguém me fala que “leis são criadas pra foder com todo mundo” , “Aqui tinha que ter anarquia”, “os FDPs que ficam no poder ficam impondo essas coisas para nós e não temos como não obedecer" (os famosos coitadinhos). Leis não são criadas do nada! Leis são criadas a partir de estudos concretos, análises com fundamentos, critérios, justificativas. É claro que tudo tem sua parte podre, algumas não funcionam. Mas nada é perfeito.

O brasileiro tem o hábito (horrível, por sinal) de reclamar. Por que reclamamos tanto? CFC é importante pois nos ensinam sobre Direção Defensiva, Primeiros Socorros e outras coisas além de Cidadania (que, há tempos, está em falta por aqui). Se tem que fazer, por que reclamar? É a lei! Se existe, tem que ser cumprida. Se todo mundo seguisse as leis de trânsito brasileiras, talvez nem fosse necessário ficar 4 horas/dia numa sala lendo artigos de leis. Falta bom senso nas pessoas. Tantas pessoas já passaram por isso e a mesma história se repete. Não só com o CFC, mas quanto as outras coisas. Parece que nunca tá bom. Arrumamos uma desculpa esfarrapada para vivermos de cara fechada, irritados. Nos irritamos com baboseiras cotidianas como perder um ônibus, esquecer as chaves em casa, celular sem bateria, enquanto mendigos passam fome e frio, crianças são exploradas pelos pais e idosos apodrecem em asilos, sem visita, sozinhos.



Se você se fecha numa bolha e pensa que só o seu mundo importa, tá na hora de rever os seus conceitos

13 julho, 2010

Significado. Sentido. Senso



Vivemos frenéticamente, insanamente. Eu, de vez em quando, não tenho tempo nem pra mim. Eu queria ficar escrevendo aqui o dia inteiro, escutando Jack Johnson. A gente acaba esquecendo de tudo, mas não de tudo que nos é obrigado a saber, mas de tudo que nós deveríamos lembrar: Família, amigos, viagens, sonhos pessoais, realizações ainda não concretizadas, amores novos ou antigos.  No ritmo que as coisas andam, se você parar pra pensar, mas parar pra pensar mesmo, uma pergunta vai surgir na sua mente:
Aonde tudo isso vai me levar?
Esse mito, história indecifrável, toca os sentidos e nos coloca em xeque. Onde vamos estar daqui a 10, 20 anos. Daqui a 10 segundos. Quantas vezes vamos mudar de opinião durante todo esse tempo. Eu, particularmente, acho que essa é a graça da vida: Não saber pra onde estamos indo. É como dirigir um carro por uma rodovia cheia de entradas e saídas. Entramos em algumas delas, saímos em outras, com outras perspectivas, outras visões do mundo, outras visões de nós mesmos. Prova: Repare no jeito em que você acorda e, mais tarde, repare como você esta indo dormir. O mundo nos muda, como já dizia Raul, somos metamorfoses ambulantes. Nos adaptamos as coisas. Os homens das cavernas se adaptaram ao frio da Era Glacial. Seleção natural. Ainda funciona conosco, a única diferença é que inventaram a tecnologia.
Aprendemos a superar nossos medos, aprendemos a superar expectativas, a confiar em nós mesmos, a suportar irritações, a conviver com o stress, a amar, a perdoar. Porém todas essas coisas não respondem a nossa pergunta inicial. Filósofos, cientistas e antropólogos já construíram teorias. Religiões argumentam sobre várias possibilidades. A cada dia aparecem mais e mais teorias, especulações. Em quem acreditar?
Mais do que acreditar em alguma coisa, a importância de tudo isso não é o amanhã. As mudanças que acontecem no nosso dia-a-dia, tudo o que aprendemos, tudo o que superamos, tudo o que sabemos nos faz evoluir. Sentimos-nos recompensados quando completamos algum trabalho importante, quando criamos coragem de fazer algo que, antes, tínhamos medo. Sentimos-nos  renovados quando fazemos alguma coisa completamente insana, sem nexo, fora do comum.
Isso tudo nos faz pessoas melhores, alimenta o lado bom do nosso ego. Crescemos. Nosso pensamento evolui.
Qual foi a ultima coisa que proporcionou isso pra você?

28 abril, 2010

Longe do Ócio

Toda semana, segunda à sexta-feira nós, jovens ativos, trabalhamos 8 horas por dia e estudamos em média 5 horas por dia.  Aos finais de semana, corremos pra colocar a vida acadêmica em dia com trabalhos, projetos e provas. Acaba por sobrar pouco tempo para nos dedicar aos amigos, a nossa família, aos nossos hobbys.

Quer ver: Faça uma lista das coisas simples que você gosta de fazer e que te deixam feliz de verdade e assinale todas que você já fez nessa semana.

Essa rotina estressante e cheia de desafios muitas vezes impede que façamos bom uso do nosso tempo com coisas que nos fazem felizes de verdade.
Depressão é coisa comum de se ver em jovens da nossa idade. Alguns não aguentam a pressão do dia-a-dia e acabam desandando, perdendo ânimo na vida e agindo de má fé contra os seus próprios princípios.

Daí fica a pergunta: Como aproveitar essa importante fase da nossa vida sem deixar de lado as responsabilidades que ela tráz?

27 abril, 2010

Riso sem Causa

Tá certo, eu sei que moramos no Brasil. Aqui todo mundo é feliz (alguns até feliz demais) fazemos piadinha com tudo e com todos e rimos dos nossos problemas como se fossem as coisas mais simples do mundo. E nada que aquela cerveja no final do expediente não ajude a esquecê-los ou postergá-los.
Eu poderia ficar aqui e dizer que "é assim mesmo, temos que ser felizes mesmo!".

Infelizmente, não é assim que a banda toca.

Rir dos nossos problemas é fácil, mas não é uma maneira de resolve-los. Enquanto rimos dos nossos problemas, eles crescem em escalas enormes. É só olhar o exemplo da Política no Brasil. Quantos escândalos já presenciamos sem nos importar com os impactos sociais que eles causam e, ao invés disso, ficar rindo como se tudo isso fosse um show de Stand-Up Comedy? Toda vez que algum escândalo acontece em Brasília e repercute no resto do país é difícil vermos alguma pessoa interessada em saber quem vai ser punido, quem vai pagar o preço, como vai ficar depois disso, mas é fácil ver muita gente fazendo piadinha manjada e sem graça com esse tipo de situação.

Pior: o mesmo lugar que nos "revela" essas coisas é de onde saem as "melhores" piadas: a TV.

Do jeito que brasileiro gosta de TV já dá pra perceber o efeito que isso causa. Une-se o "útil" ao "agradável" e voilá: a m***** está feita! A TV destrói a sua opinião e você nem percebe.

Minha pergunta é: Quando a graça vai acabar?

Eu não sou um ditador, também gosto de rir, de ser feliz. Mas equilibrar o comportamento sendo sensato e parar pra pensar que coisas como corrupção não são pra rir são atitudes mais que necessárias.

Sinceramente, não acho que isso seja engraçado:











"Sim, estou roubando o seu dinheiro e você vai achar graça disso!"

24 abril, 2010

Amigos Para Sempre!

Eu dou muita risada com algumas coisas. Aquele comercial do Palio Economy sabe, daquela musiquinha: Amigos para sempre láláialáialáiá... toda vez que eu vejo eu dou muita risada.

É legal sabe, saber que mesmo com os seus defeitos, os seus amigos sempre vão gostar de você, pois sabem reconhcecer o seu valor e as suas caracteristicas boas.


Acho que é isso que falta em nós... ao invés de apontar defeitos nas pessoas apontar qualidades para elevar o valor delas. As pessoas tem a necessidade de serem aceitas, de serem reconhecidas. Um elogio eleva mais a moral e a auto-estima de uma pessoa do que uma critica construtiva.



Mas, infelizmente, os tempos mudaram, agora somos obrigados a saber separar amigos de colegas. As pessoas tem a habilidade de se mascarar sobre muitas personas e acabam distorcendo sua real imagem. Foda né?

23 abril, 2010

O Problema

Imagine o cenário: Você está no escritório de uma empresa e de repente um colega de trabalho seu pergunta: -Cara, como eu troco o meu papel de parede? Imaginou? Bom.

Eu já presenciei essa cena milhões e milhões de vezes, e não só com um simples papel de parede, mas com pessoas q não sabiam criar atalhos para programas no computador, que chegam com DISQUETES na mão pedindo pra pegar alguns arquivos, etc, etc...

Não é possível(pelo menos eu custo a acreditar) que se trabalhe numa empresa e que saiba tudo sobre o negócio, mas que não saiba fazer uma tarefa simples como copiar um arquivo de uma pasta para outra. Nos tempos em que vivemos isso é fundamental, é quase tão necessário como saber ler e escrever. A causa do problema, pra muitas pessoas, é achar que computador significa isso...

-Vem cá usuário maldito!


...quando na verdade deveria ser isso...


-Vem cá meu bem que eu tô facinho... Estou aqui pra te ajudar.

Exclusão Digital não é o problema. Exclusão digital só se caracteriza quando um indivíduo não tem escolaridade nem recursos suficientes para ter um computador em casa, ou pra usufruir de um em qualquer outro lugar (uma Lan House, por exemplo).

Ah, mas você poderia me falar “tem pessoas que não aprendem tão rápido, que é difícil mesmo pra elas”. Hoje em dia se você entregar um computador com Internet pra uma criança de 10 anos ela volta depois de um mês sabendo escrever um livro em binário.

O problema em si não é educacional, político, social, nem essas ladainhas todas pois é muito fácil botar a culpa da sua desgraça em alguém. É psicológico. Pessoas não estão dispostas a entender e aprender coisas “complexas”. A preguiça ou a falta de boa vontade apodrece o cérebro das pessoas e as transformam em robôs.

Agora expanda esse pensamento sobre outros termos (ex: Política) e reflita sobre o ponto em que o Brasil chegou.

That's All Folks

Amigos Diários

Eu sempre achei super interessante o fato de sairmos para trabalhar ou estudar todos os dias e, aos pegarmos transporte público, nos depararmos com as mesmas pessoas de sempre. É como se tivéssemos um vínculo com essas pessoas. Já cansei de reparar pessoas observando e se entreolhando entre pontos de ônibus e estações de trem, mas elas se comportam como se fossem estranhos, ou fingem que se perdem no som que sai dos fones de ouvido, viajam por mundos paralelos além da janela ou ficam de cara feia. Às vezes, acho que a cara feia e emburrada é a expressão normal de qualquer pessoa que anda por aí.

Só que são poucas as pessoas que tem consciência disso e se propõem a dialogar com esses amigos diários. Não sei o que se passa na cabeça de quem faz isso, ou de quem deixa de fazer, também não vou ficar falando “Ah... tem q sair conversando com o ônibus inteiro” Ai vira aquela feira e sua viagem se transforma num inferno e você ganha, quase que de graça, mais um dia de cão.

Mas dá pra ficar pensando: “Caramba, meu final de semana podia ser bem diferente se eu conhecesse aquela que fica lá no banco mais alto da lotação, perto da janela” ou “aquele cara deve ser legal”. A parte chata é q a maioria das pessoas não está disposta a fazer isso, ou age por vaidade, não sei... Cada um, cada um.