25 novembro, 2010

Quem eu sou?

De repente olhou-se no espelho e não teve certeza do que viu. Pode ter se perguntado: "Quem eu sou?". Pode ter percebido que viveu a vida no modo automático, seguiu o modelo lógico de estudar-ganhar dinheiro e agora não sê vê mais fora disso. Abriu a janela e viu a luz do luar invadir e tomar o quarto escuro aonde todos os dias se deitava e aonde aquela pergunta fatídica teimava em assolar os seus pensamentos: "Quem eu sou?". Perguntou-se se a dança da vida arrumou um bom par para ele. Questionou seu próprio modo de ver o mundo e descobriu que quase nunca esteve certo. Percebeu que nesse tempo todo foi manipulado por um Monstro Invisível que o dizia pra onde ir, com quem ter amizades e com o que rir e chorar. Sentiu-se num teatro de fantoches. Enquanto isso a luz da lua perguntava: "Quem é você?"

Perguntou-se se poderia tomar outro caminho, preferir o branco ao invés do preto, a luz ao invés das trevas à exemplo daquelas trevas aonde se encontrava naquele momento, observando as nuvens passarem na frente da lua e ver o quarto escurecer e clarear, quase imperceptivelmente.

“Quem eu sou?”

Levantou-se, foi ao banheiro e lavou o rosto. Olhou no espelho e em seus olhos e disse: "Talvez não precise ser alguém"

Um comentário:

  1. Curti pra caramba essa parte: " “Quem eu sou?”
    Levantou-se, foi ao banheiro e lavou o rosto. Olhou no espelho e em seus olhos e disse: "Talvez não precise ser alguém "

    ...É fogo pensar que muitas vezes tentamos tanto ser alguém aceite por todos que no final acabamos por não saber quem realmente somos. Será que devemos mesmo tentar agradar ao máximo de pessoas ao nosso redor? Devemos mesmo ser aquela pessoa do qual todos esperam que sejamos? E nisso acabo entrando nessa última frase: Talvez não precise ser alguém...

    *falo por mim, felizmente nem todos passam por esse conflito.

    ótimo blog ;)
    Elisa.

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